4 empresas investigadas na Lava Jato são clientes do escritório de Sergio Moro
CorrupçãoFabio PannunzioGRADEHilightsJustiça 2 de dezembro de 2020 Equipe TV Democracia 0

A empresa de consultoria Alvarez & Marsal, que tem agora como sócio-diretor, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, presta serviços para quatro empresas investigadas pela Operação Lava Jato, cujos processos de Curitiba eram julgados justamente pelo ex-juiz federal.
A consultoria, com matriz nos EUA, já faturou R$ 17,6 milhões em honorários com o processo de recuperação judicial de uma delas, a empreiteira Odebrecht.
O juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, da 1ª Vara de Falências de São Paulo, nomeou a Alvarez & Marsal como administradora-judicial da Odebrecht em julho de 2019.
Pelo serviço, ela recebe R$ 1,1 milhão por mês a título de honorários, valor que é provisório.
Houve negociação desta despesa. A empresa pediu R$ 1,5 milhão por mês.
A Odebrecht recorreu à Justiça para que fossem pagos R$ 400 mil por mês a partir de novembro passado, sendo que o valor cairia para R$ 300 mil mensais em maio de 2021.
A consultoria propôs ao juiz o valor total de R$ 22,4 milhões por 30 meses de trabalho no processo.
Ele ainda não definiu o montante final a ser pago.
A Alvarez & Marsal também prestou serviços para a OAS, outra empreiteira envolvida na Lava Jato que também está em recuperação judicial.
A consultoria foi nomeada pela Justiça para administrar este processo, trabalho pelo qual vai receber R$ 15 milhões.
A OAS está diretamente ligada à condenação do ex-presidente Lula no caso do tríplex do Guarujá (SP), que contou com uma inédita delação premiada informal do ex-presidente da empresa, Léo Pinheiro.
De acordo com a coluna de Reinaldo Azevedo publicada pelo portal UOL nesta quarta-feira (2), a defesa de Lula enviou uma petição ao então juiz Sergio Moro no dia 19 de abril de 2017 provando que o apartamento pertencia à OAS.
O imóvel estava na lista de patrimônio da empreiteira entregue pela Alvarez & Marsal.

Guarujá (foto Beno Suckeveris)
Moro não acreditou ou ignorou a documentação de sua futura empresa, insistindo que o tríplex era mesmo do ex-presidente, que recebeu como propina dada pela OAS e por isso, condenou Lula à cadeia.
Durante o processo, Léo Pinheiro fez dois acordos de delação premiada.
Um foi anulado pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que não justificou a decisão. Sabe-se que o ex-executivo da OAS não acusou Lula.
Já o segundo feito no dia 20 de abril de 2017, em depoimento informal a Moro, Pinheiro falou o que a força-tarefa da Lava Jato queria.
Ele disse que a reforma do tríplex seria um prêmio da empresa à Lula como contrapartida a recursos desviados da Petrobras, que existiriam numa contabilidade extraoficial.
Só que não há um documento que prove a declaração de Pinheiro.
Mesmo assim, a segunda delação dele recomeçou dois meses depois.
Em conversas vazadas pelo site Intercept Brasil, o coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, foi claro nas intenções da força-tarefa.
Ele achava que o acordo de delação de Pinheiro seria entendido “como um prêmio pela condenação de Lula”.
Além da Odebrecht e da OAS, dois outros clientes da Alvarez & Marsal também foram investigados na Lava Jato: a empreiteira Queiroz Galvão e a Sete Brasil, empresa criada para a exploração do pré-sal.
Ambas estão em processos de recuperação judicial e não informaram quanto estão pagando ou vão pagar à consultoria pelos serviços prestados.
Editor Chefe: Fábio Pannunzio
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