Bolsonaro queria um diretor da PF com quem tivesse mais “afinidade”, afirma Valeixo em depoimento
Fabio PannunzioHilightsimpeachmentPolítica 12 de maio de 2020 Fabio Pannunzio 0
(Assista a notícia) Pivô da saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça, Maurício Valeixo depôs na Polícia Federal de Curitiba
Em depoimento de mais de seis horas, o ex-diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixoafirmou nesta segunda-feira aos investigadores que o presidente Jair Bolsonaro gostaria de ter um diretor-geral da corporação com quem tivesse “mais afinidade” e que por isso Bolsonaro teria decidido demiti-lo.
O delegado também relatou no depoimento que recebeu, na noite de 23 de abril, um telefonema do próprio Bolsonaro. Valeixo relatou que, na conversa, o presidente comunicou sua exoneração do cargo de diretor-geral da PF.
Nesse telefonema, Valeixo afirmou que Bolsonaro lhe informou que sua exoneração sairia “a pedido”, como se ele próprio tivesse pedido demissão. O então diretor-geral da PF relatou que não apresentou objeção ao fato de constar “a pedido” na exoneração.
Valeixo afirmou ainda que nunca recebeu pedidos por parte de Bolsonaro de interferências em investigações ou de acesso a inquéritos sigilosos.
A interlocutores, Valeixo já havia confirmado que Bolsonaro ligou para ele na véspera de sua saída para comunicar que o tiraria do comando da PF. O delegado também contou a pessoas próximas que, na ocasião, Bolsonaro não lhe ofereceu outras opções. Com a publicação da exoneração de Valeixo no dia 24 de abril, Moro pediu demissão.
O primeiro decreto de exoneração de Valeixo tinha o nome de Moro, mas o então ministro negou que tivesse assinado o documento. Com isso, o governo refez o decreto e publicou uma nova versão sem a assinatura de Moro. Em ambos os decretos constou que a exoneração de Valeixo foi “a pedido” dele próprio. Caso a investigação comprove que o decreto de exoneração teve informações fraudadas, os responsáveis podem ser acusados do crime de falsidade ideológica.
Bolsonaro responde
Ao comentar sobre a gravação da reunião ministerial na qual, segundo o ex-ministro da Justiça Sergio Moro lhe foram cobradas mudanças na Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que nunca ofendeu ou ameaçou ninguém.
“Tudo que foi falado no tocante ao ex-ministro Sergio Moro vai ser extraído. Nunca ofendi nem ameacei ninguém. Pronto, é suficiente”, disse o presidente.
Ele afirmou ter “zero” de preocupação sobre o vídeo, mas defendeu que não seja divulgada a íntegra.
“É justo expor o que falamos sobre política externa, assunto de segurança nacional (seja divulgado)? Espero que isso não aconteça”, disse, ressaltando o fato de o governo ter entregue a fita bruta ao Supremo.
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