Dallagnol alega questões familiares e deixa a coordenação da Lava Jato depois de 6 anos
CorrupçãoFabio PannunzioGRADEHilightsJustiçaPolítica 1 de setembro de 2020 Equipe TV Democracia 0


Procurador Deltan Dallagnol (foto Orlando Brito)
Deltan Dallagnol não é mais o coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba.
O procurador da República anunciou a saída em um vídeo postado na internet nesta terça-feira (1º).
Ele alegou que precisa dedicar mais tempo para cuidar da filha de 1 ano e 10 meses, que tem problemas de desenvolvimento, mas disse que vai continuar na ativa como procurador.
O Ministério Público Federal (MPF) já nomeou o Procurador da República no Paraná, Alessandro José Fernandes de Oliveira, para o cargo de Dallagnol.
A força-tarefa da Lava Jato no Paraná foi criada em abril de 2014, um mês depois da primeira operação de combate à corrupção ter sido deflagrada.
Ela tem prazo previsto para encerrar no próximo dia 10, mas foi pedida a prorrogação dos trabalhos à Procuradoria-Geral da República (PGR).
A equipe de Dallagnol apresentou 217 acusações criminais contra 543 pessoas.
Os processos serviram de base para a Justiça condenar 166 réus, entre elas, o ex-presidente Lula, os ex-ministros José Dirceu e Antônio Palocci e o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha,
A gestão do agora ex-coordenador da Lava Jato foi marcada por polêmicas. Para muitos, ele foi além do que determina a Constituição e teve um comportamento típico de uma estrela pop.
Dallagnol enfrenta dois processos disciplinares no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que estão suspensos.
Um deles, no qual ele é acusado de cometer infração disciplinar ao tentar interferir na disputa pela presidência do Senado, com publicações contra o senador Renan Calheiros (MDB-AL), tem prazo para ser julgado até o dia 10.
A Advocacia-Geral da União (AGU) alertou o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (31), que o processo pode ser prescrito se não houver o julgamento no CNMP.
O outro caso é movido pela senadora Kátia Abreu (PP-TO).
Ela pediu a remoção de Dallagnol do cargo, já que ele é alvo de 16 reclamações disciplinares no CNMP, deu palestras remuneradas e assinou acordo com a Petrobras para que R$ 2,5 bilhões recuperados pela Lava Jato fossem destinados a uma fundação.
Na semana passada, o procurador e outros dois integrantes da força-tarefa tiveram um pedido do ex-presidente Lula arquivado pelo CNMP.
O petista acusou os três de promover julgamento midiático em coletiva de imprensa, em setembro de 2016. Dallagnol chegou a acusar o ex-presidente de ser chefe de uma organização criminosa.
No ano passado, conversas dele com o ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro foram divulgadas pelo site The Intercept Brasil.
Em um dos diálogos, Moro chega a cobrar Dallagnol pelo longo prazo sem operações da Lava Jato, com o que o coordenador da força-tarefa concorda.
Em outra troca de mensagens, os dois discutem a solidez da denúncia contra Lula no caso do triplex do Guarujá, a quatro dias dela ser oferecida a Moro.
Dallagnol criticou a ida do ex-juiz para o ministério da Justiça e Segurança Pública e nos últimos meses, teve embates públicos com o chefe da PGR, Augusto Aras e observou, apesar das negativas do governo Bolsonaro, o inegável esvaziamento da Lava Jato.
Editor Chefe: Fábio Pannunzio
- Mais de 13 milhões de pessoas de todo o mundo já foram vacinadas contra Covid-19 - 5 de janeiro de 2021
- Taxa de transmissão de Covid-19 no Brasil cai para 1,04 - 5 de janeiro de 2021
- Bolsonaro: “Vão ter que me aguentar até o fim de 22” - 5 de janeiro de 2021
- Fabio Pannunzio em Camiseta #somos70porcento
- GUSTAVO S C GUEDES em Camiseta #somos70porcento
- Fabio Pannunzio em Fábio Pannunzio confessa: “Eu também já fui crente um dia!”
- Fabio Pannunzio em Fábio Pannunzio confessa: “Eu também já fui crente um dia!”
- Fabio Pannunzio em Fábio Pannunzio confessa: “Eu também já fui crente um dia!”
Nenhum comentário ainda. Comente!
Be first to leave comment below.