Lava Jato diz que Serra e Dersa receberam mais de R$ 190 milhões da Odebrecht
CorrupçãoFabio PannunzioGRADEHilightsJustiçaPolíciaPolíticaTertulia 3 de julho de 2020 Equipe TV Democracia 0

A Força-Tarefa da Operação Lava Jato calcula que o senador José Serra (PSDB-SP) e Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), autarquia extinta em 2019, pelo governo do estado de SP, receberam mais de R$ 195 milhões em valores corrigidos, da construtora Odebrecht, entre 2006 e 2010.
Uma nova etapa da Lava Jato foi feita na manhã desta sexta-feira, em São Paulo e Rio de Janeiro. Policiais federais e militares, procuradores da Justiça e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) cumpriram oito mandados de busca e apreensão.
Serra, que já foi candidato à presidência da República e governador de São Paulo, entre outros cargos, e a filha Verônica Allende Serra foram denunciados por lavagem de dinheiro transnacional.
O nome de Serra aparece na lista de favorecidos da Odebrecht como “vizinho” ligado a temas como “Dersa” e “contato de Novis”. Pedro Augusto Ribeiro Novis era um executivo da Braskem, empresa do ramo petroquímico, vizinho do senador, no bairro do Alto de Pinheiros, uma das regiões mais valorizadas da capital paulista.
A casa de Novis era utilizada nas negociações da Odebrecht com Serra. Em delação aos procuradores da Lava Jato, ele disse que, em 2006 e 2007, o então governador Serra pediu R$ 4,5 milhões para a Odebrecht, que deveria remeter o dinheiro em euros para uma conta aberta na empresa Circle Technical Company, num paraíso fiscal do Caribe. Os valores teriam sido utilizados nas campanhas eleitorais do PSDB e do próprio político.
Outras empresas forma abertas pela filha de Serra, Verônica, e pelo lobbista e amigo de longa data do senador, José Pinto Ramos, para “lavar” os recursos. Boa parte foi parar numa conta secreta na Suíça.
A Dersa também recebeu dinheiro da Odebrecht, entre 2009 e 2010. Segundo a Justiça, cerca de R$ 191 milhões em valores atualizados. Em troca, a empreiteira recebeu créditos por obras no Rodoanel Sul, que faz parte do conjunto de rodovias no entorno da capital paulista.
Um dos operadores do esquema de propinas era o ex-presidente da Dersa, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto. Ele chegou a ser condenado a 145 anos e oito meses de prisão por corrupção. Foi preso e teve a pena anulada em 2019.
A Força Tarefa da Lava Jato localizou e bloqueou uma conta de Serra na Suíça, onde foram encontrados cerca de R$ 40 milhões.
Dois mandados de busca e apreensão cumpridos hoje foram em endereços do banqueiro Ronaldo Cezar Coelho. O irmão do ex-árbitro de futebol, Arnaldo Cezar Coelho, é um dos conhecidos “caixas” do PSDB.
Ronaldo não foi denunciado pelo Ministério Público Federal. O advogado dele, Jorge Salomão, acompanhou a operação. Disse que “nada foi apreendido. A investigação é sigilosa e não temos detalhes do que vieram buscar. Não sei qual é a relação e se há relação entre o senador Serra e o meu cliente”.
A assessora de imprensa de José Serra disse que só irá se pronunciar depois que a defesa do senador tiver acesso ao conteúdo do autos.
Até agora o PSDB e o governo de São Paulo não comentaram a ação de hoje da Lava Jato.
Editor Chefe: Fábio Pannunzio
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