Na última reunião do ano, Copom mantém a Selic em 2% ao ano: mais baixo patamar em 24 anos

A taxa básica de juros, a Selic, vai terminar 2020 em 2% ao ano.

Foi uma decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que foi anunciada nesta quarta-feira (9) e que confirmou a previsão dos analistas do mercado financeiro.

O aumento da inflação não mudou o comportamento do Copom, que na última reunião do ano, decidiu pela terceira vez seguida manter a Selic no menor patamar desde o início da série histórica, há 24 anos.

Na ata, o Copom justifica a manutenção da taxa básica de juros da economia brasileira.

“As últimas leituras de inflação foram acima do esperado e, em dezembro, apesar do arrefecimento previsto para os preços dos alimentos, a inflação ainda deve se mostrar elevada. Apesar da pressão inflacionária mais forte no curto prazo, o Comitê mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários, mas segue monitorando sua evolução com atenção, em particular as medidas de inflação subjacente”.

Em tempos normais, com inflação em alta, a tendência do Copom seria aumentar os juros para reduzir o consumo e forçar a queda dos preços.

No entanto, com a economia sofrendo os efeitos da pandemia do coronavírus, o Copom optou em manter os juros baixos para estimular o consumo.

A Selic serve de referência para as taxas de juros utilizadas em financiamentos e para remunerar investimentos corrigidos por ela.

Porém, os juros reais cobrados dos consumidores em despesas bancárias, como fatura de cartão de crédito, estão bem acima dos 2% ao ano.

Para o ano que vem, a meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é a mesma de 2020: 4%, com tolerância de 1,5 pontos para cima (5,5%) e para baixo (2,5%).

Em 2019, o índice oficial da inflação ficou em 4,31%, dentro da meta estipulada pelo CMN.

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