Secretários de Saúde pressionam governo federal para que também compre a vacina Coronavac
CiênciasCoronavirusFabio PannunzioGRADEHilightsPolíticaSaúde 15 de outubro de 2020 Equipe TV Democracia 0

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) enviou carta ao ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, para que o governo federal compre a primeira vacina contra Covid-19 que for aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O documento foi entregue nesta quinta-feira (15).
Em nota, o ministério afirmou que “o imunizante que ficar pronto primeiro – o que significa atender todos os critérios de segurança e eficácia exigidos pela Anvisa – será uma opção para aquisição”.
Na véspera, o Conass se reuniu com Pazuello, que provocou críticas do secretário estadual da Saúde de São Paulo por ignorar a Coronavac, a vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
Para Jean Gorinchteyn, o ministério dá preferência à vacina da multinacional anglo-sueca AstraZeneca e da Universidade de Oxford (Reino Unido), embora os dois medicamentos estejam na mesma fase de testes.
O governo federal vai investir R$ 1,9 bilhão na compra da vacina Oxford, mesmo valor que o governo de São Paulo pede para a Coronavac.
“Por que que uma vacina como a Coronavac, que está no mesmo pé da de Oxford, aliás está até mais adiantada, está recebendo uma tratativa diferente? Esse foi um questionamento que a gente acabou fazendo e todos os secretários entenderam. Se eu tenho vacinas que estão no mesmo estágio de discussão, por que a de Oxford recebe uma medida provisória com R$ 1,9 bilhão? A gente nem está pedindo esse valor, mas a gente quer um aceno do ministério na aquisição também das vacinas. Isso é algo democrático”.
Segundo o secretário, sem os recursos da União a compra de doses adicionais será inviável.
O governo paulista já garantiu 61 milhões de doses.
Nesta quinta-feira, Gorinchteyn comentou novamente a reunião de ontem (14).
“Volto a dizer que estamos recebendo uma atenção muito intensa por parte do ministro, e o fato de nós não termos identificado ontem a vacina da Coronavac como do pleito causou constrangimento para todos, a ponto de hoje ter sido encaminhada pelo Conass ao ministro essa solicitação. Não temos dúvida que o ministério tem essa preocupação de vacinas e com isso nós estaremos inserindo a vacina do Butantan no programa nacional de vacinação”.
O plano do secretário é destinar R$ 85 milhões para o estudo clínico e outros R$ 60 milhões para reforma da fábrica no Instituto Butantan, totalizando R$ 145 milhões. Os recursos restantes possibilitariam que 100 milhões de doses fossem produzidas até maio do ano que vem.

(foto Beno Suckeveris)
Pelo contrato firmado com o laboratório chinês, no qual serão aplicados US$ 90 milhões, São Paulo vai receber 46 milhões de doses até dezembro, e mais 15 milhões até fevereiro.
Se houver investimento do governo federal, o total poderá chegar a 100 milhões de doses.
O primeiro lote de 6 milhões de doses virá pronto da China.
O segundo lote de 40 milhões será envasado no Butantan.
Se houver investimento do governo federal, o total poderá chegar a 100 milhões de doses.
Para isso, o governador João Doria (PSDB-SP), um dos possíveis adversários do presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, deverá negociar diretamente com Pazuello, em Brasília, disse o secretário.
Ele declarou que, se o governo federal não comprar a vacina Coronavac, a secretaria tem um plano de imunização para o estado.
“Não é isso o que nós queremos. Nós queremos que a vacina seja do Brasil, e não de São Paulo. Nós gostaríamos de estender essa vacina para brasileiros e gostaríamos de colocá-la pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para ser distribuída no programa nacional de imunização”.
De acordo com Doria, a prioridade é vacinar os profissionais de saúde a partir do dia 15 de dezembro.
Cada um vai receber duas doses.
Como São Paulo tem, aproximadamente, 44 milhões de habitantes, serão necessárias, no mínimo, 88 milhões de doses para a imunização total da população.
A vacina já está em testes em 7 mil voluntários brasileiros e está autorizada pela Anvisa para ser aplicada em mais 6 mil pessoas.
Editor Chefe: Fábio Pannunzio
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